sábado, 14 de maio de 2011

Mais um textinho saindo da caixola...

Texto publicado no Blog do David Coimbra - Jornalista da Zero Hora de Porto Alegre - confira aí:http://wp.clicrbs.com.br/davidcoimbra/2011/05/17/escritor-iniciante-3/?topo=13,1,1,,,13



Demasiadas Amigas


- ...miga me conta, como foi ontem?!
- Ah, nada de mais. Saímos pra jantar, bebemos um pouco e fomos pra casa dele.
- Jura!!! Pra casa dele!!! Mas me conta, como foi então?
- Bem, você sabe, não posso tomar um golinho de tequila que ninguém me segura, eu me transformo. Pois é, ele pediu tequila logo de cara. Não sei como sabia que sou fraca...
- Ele bebeu o quê?
- Acho que foi cerveja. Logo depois fomos ao seu apartamento. Ele colocou uma música do “Júlio Iglesias”, que manezão...
- Bem fofinho, carinhoso e lindinho...
- Não acho. Veio com esse papo de “Don Juan” só pra me conquistar.
- Porquê, não foi bom?
- Foi, o problema é não me ligar. Tivemos uma noite incrível, não pode ter me esquecido.
- Não tem problema. Vamos ligar pra ele.
- Mas não sei o que dizer.
- Que tal começar sobre a noite de ontem. Deve ter feito algo de especial pra ele né.
- Lembra daquela posição que a Dani nos mostrou...
- Aham...
- Eu fiz tudo aquilo e mais um pouco...
- “Minina”, to boba! Não acredito sua “piriquete”.
- É e depois ele ficou sussurrando no meu ouvido: “nunca vi aquilo antes!”
- Viu, já podes ligar.
- Ai, não sei se devo.



- Alô! Paulão, só um minuto.
- Tá, pega aí e fala com ele.
- Sua...
- Alô, quem ta falando...
- Oi, tudo bem. Aqui é a Priscila, a Pri de ontem à noite. Achei que foste ligar hoje...
- Ainda estou trabalhando. Tá uma correria aqui no escritório, tenho uns relatórios atrasados pra entregar.
- Tava pensando se poderíamos nos encontrar naquele barzinho?
- Não sei, tenho muito trabalho por fazer. Quando conseguir uma folga te ligo, tudo bem?!
- Não tenho outra opção né!
- Então tá, beijos!
- Paulão...
- Olha só, nem me deixou terminar de falar e desligou.
- É muita petulância “miga”, não se deixe enganar. Ele está tentando “valorizar a posse de bola”.
- Hã...que isso???
- É uma expressão futebolística, como dizia Dadá Maravilha: - “pra cada problemática, há uma solucionática”.
- Continuo não entendendo nada.
- Estou tentando falar que ele quer se valorizar, a final, foi você quem ligou pra ele e não ele quem ligou pra ti.
- É, mas foste tu quem falou...
- Agora não adianta resmungar. Temos que agir.
- Tem um telefone tocando.
- É o meu. Alô, Nanda?!
- Tô ligando pra avisar que encontrei o Paulão com a Suelen.
- Aquela Maria chuteira...
- Ela mesma. Estou vendo os dois daqui do banheiro.
- Ai!!! Eu mato o Paulão!
- E o pior, estão na mesma mesa de ontem, onde vocês estavam sentados.
- Mais um motivo.





- Ei Pri, abre a porta, sou eu, a Manu. Pri, por favor, já faz uma semana que tu não sai de casa.
- Oi.
- Meu Deus! Que cara é essa. Guria tu tens que tomar um banho também.
- Tudo culpa do Paulão. Em uma semana ele saiu com cinco mulheres.
- Desencarna “miga”. Porque tu não dá uma chance pro Henrique. Ele sempre gostou de você mesmo. Ele até que é bonitinho.
- Não! Não quero mais sair de casa.
- Não diga besteira. Homem é como carnaval, bom mesmo só uma vez por ano.
- É pode ser. Se eu estiver viva até lá.
- Para com isso. Quem sabe ligamos pro Jardel.
- Aquele dos cabelos na orelha? Nem pensar!
- Então o Sargento Coelho?
- Não. Não gosto de policiais.
- Mas que há de errado com eles?
- São certinhos de mais, não fazem nada de errado, são carinhosos, abrem a porta do carro, não esquecem datas, mandam flores, não gostam de futebol, não bebem, não fumam e não...
- Tá, você gosta é de homem cafajeste.
- Qual mulher não gosta deles? Só suspiramos por eles, quanto mais cachorros, melhores são. Gosto de sentir a adrenalina correr em minhas veias, gosto do ventinho do perigo arrepiando meu corpo...
- Aham...
- Só os “cachorrões fornecem isso”.
- E o Perigo...
- Não! Ele é grosso demais, um tremendo cafajeste, muito cachorro...
- Ai “miga” quanto estresse, até um carnaval qualquer...

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