domingo, 26 de junho de 2011

Indiada Reunida

Mês de julho chegando e trazendo consigo o inverno. Muitos dizem que a Europa é aqui, concordo plenamente.
Inverno não é sinônimo apenas de frio, mas de muita confraternização com amigos e família. É quando nos reunimos pra além de fofocar, colocar calorias em cima da mesa. A cozinha, de chão batido, rodeada pelas mulheres da casa, vão preparando o almoço, uma panela de pinhão cozinhando sobre o fogão à lenha e ao lado outras sementes "sapecandito no más". Uma panela de ferro aquecendo o feijão tropeiro, junto com um arroz branquito, sendo completado por uma salada fresquinha, colhida de manhã na horta. Ao lado, os homens da casa fazendo companhia ao convidado ilustre, Jhonny Walker e seus amigos. Roda sempre animada por causos diversos, uns verídicos outros nem tanto e claro, um mate amargo pra completar.
 No oitão da casa o assobio do vento seco e liso estalando madeiras, pela chaminé do fogão à lenha, vão-se embora as cinzas de nó de pinha que aquece o tão esperado almoço em família. O jirau segurando os apetrechos da gorda costela de gado acompanhado de um borrego. Ambas “temperaditas” com sal grosso, à gosto do “freguês”. Da bailanta veio o Bigode, milongueiro de muitos anos, pra animar a festa com suas milongas e chamamés lá da fronteira.
Depois do almoço, chumbeados, homens e mulheres, já estão matutando o café-da-tarde. Nesses encontros, geralmente a próxima refeição será acrescida do que sobrou do almoço. Mas antes, ali onde se faz o cogotilho, a indiada ajeita-se no más e o velho truco anda boçal. Enquanto isso, prendas e prendinhas estão fazendo um puchero de canjica de milho, um café tropeiro e esquentando a carne do almoço.
A brasa do nó de pinha aquecendo o inverno, acompanhado de uma chuva haragana e um bando de cupincha, assim se faz uma reunião à moda serrana. Agora me despeço porque tenho de atar a cola lá onde a maruca prende o grampo e me bandiar pra querência num despacito no más.

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