Entre os medos espalhados por um falso
ecologismo está o do fim da água doce e o de uma desertificação planetária. De
acordo com a sua patranha propagandística, o mundo, inclusive a Amazônia,
estariam a caminho de virar um imenso Saara, por culpa da ‘infausta’ obra do
homem!
Descendo, contudo, à realidade, recente mapa geológico
elaborado por cientistas britânicos mostra que a África descansa sobre uma
“descomunal reserva de água subterrânea” cujos maiores aquíferos ficariam no
norte, quer dizer, debaixo do Saara, informou o diário “ABC” de Madri.
O volume total de água sob a superfície atingiria meio
milhão de quilômetros cúbicos ou 500 quatrilhões de litros, quantidade
suficiente para alimentar a cidade de São Paulo durante 4.453 anos sem levar em
conta a reposição do aquífero.
Tal volume equivale a vinte vezes
as precipitações anuais em todo o continente africano e é cem vezes maior de
tudo o que se conhece na superfície africana.
Alguns poços já podem ser
explorados com mínimo investimento, pois a água se encontra a apenas 25 metros
de profundidade.
A exceção é a Líbia, onde os
aquíferos se encontram a partir de 250 metros. Neles seria necessária uma
infraestrutura mais cara e complexa.
Cerca da metade dessas colossais
reservas encontram-se na Líbia, na Argélia e no Chade, coincidindo com boa
parte do deserto do Saara, explicou Alan MacDonald, o geólogo que liderou a
investigação.
“Estas grandes jazidas de água
não só poderiam aliviar a situação de mais de 300 milhões de africanos que
agora não dispõem de água potável, mas também melhorar a produtividade das
plantações”, disse o especialista do instituto científico British Geological
Survey.
O trabalho final foi publicado
com o título “Quantitative maps of groundwater resources in Africa” em
“Environmental Research Letters”.
Ver PDF AQUI.
Participaram do trabalho
especialistas do University College de Londres e se tratou da primeira
investigação de todas as reservas de águas subterrâneas mapeadas do continente.
Os especialistas aproveitaram
também os planos hidrológicos elaborados por diversos países e os resultados de
283 estudos regionais prévios.
No norte da África – a região
desértica do continente – os depósitos de água têm uma altura de 75 metros e
encontram-se protegidos por camadas rochosas de grande resistência, como o
granito.
Esses aquíferos não acumulam água
de chuva filtrada através da terra, mas remontam a cerca de 5.000 anos, época
em que o Saara era formado por hortos, com numerosos lagos e vegetação de
savana.
Os aquíferos do Saara não são os
únicos na Africa. Os geólogos acharam grandes jazidas na costa da Mauritânia,
do Senegal, da Gâmbia, em parte da Guiné-Bissau e do Congo, bem como na região
partilhada entre Zâmbia, Angola, Namíbia e Botswana.
“No Chifre da África há aquíferos
menores, mas em quantidade suficiente para o consumo humano e não seria caro
explorá-los por meio de poços. Além do mais, não seria necessário investir no
tratamento da água, porque sua qualidade é muito boa”, esclareceu MacDonald.
O especialista observou que
embora esses sistemas possam sustentar 300 milhões de pessoas, seria prudente
explorá-los com certos limites. “Na maioria da África as precipitações não são
suficientes para recompor os aquíferos, por isso eu recomendaria não tirar uma
quantidade de água maior que a recarregada a cada ano pela chuva”, acrescentou.
Trata-se de um conselho de bom
senso palmar, o qual falta ao ambientalismo catastrofista (que talvez finja não
possuí-lo).
Fonte: Com Texto Livre
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