Bigode é uma junção de pelos em cima dos lábios,
característico, principalmente de homens, mas também há mulheres que o possui.
Por vezes já foi motivo de caracterização de culturas, isso ocorreu na Idade
Média com os povos Germânicos e Bárbaros. Aqui no ocidente o bigode caiu em
desuso no início século XX.
Mas não foi o que aconteceu com Tânea Boquerão. Já
era noiva de Evaldo havia uns 3 anos, mas quando conheceu “El Matador”, um
jogador de futebol do Leão da Serra, o campeão estadual de 1962, o Internacional
de Lages.
Tânea Boquerão não perdia um jogo se quer do “Leão
da Serra”, mesmo quando jogava fora de Lages, lá estava ao pé do ouvido, um
rádio pequeno comprado no camelô. Assim nunca perdia um jogo. Gostava de ouvir
a voz de “El Matador” nas entrevistas no intervalo e ao fim dos jogos. Ouvira
porque achava a voz “muy caliente”, a final, “El Matador” era um atacante
argentino que vinha do Estudiantes de La Plata, time rival do Boca Juniors e
River Plate.
Sua voz tinha um timbre grave, um pouco rouca e
Tânea Boquerão dizia que a voz percorria o ouvido e descia até as áreas mais
côncavas de seu corpo.
A maioria dos jogadores argentinos adora ter cabelo
sobre os ombros, mas “El Matador” usava o cabelo curto, à moda Maradona nos
anos 80. E o que mais ela amava nele era seu bigode, grosso, serrado, preto. Isso
a deixava louca, além do mais, seu noivo não possuía bigode.
No final do jogo entre internacional de Lages e
Avaí, Tânea Boquerão desce as arquibancadas do estádio municipal Vidal Ramos
Junior e no meio da multidão agitada com três gols de “El Matador”, sendo um de
bicicleta, Tânea Boquerão atira sua calcinha preta com lacinhos vermelhos em
cima de “El Matador”, que a olha assustado e diz:
- Que isso!? Falando em um “portunhol” ruim.
- Olhe na frente, tem meu telefone. Me liga!
E quando tenta olhá-la novamente já não a encontra
mais. Além do telefone, a calcinha toda perfumada tinha beijos dedicados para
“El Matador”, que entra para o vestiário ao som da torcida fanática do Leão da
Serra, sacudindo as arquibancadas aos gritos de – Uh, “El Matador”, Uh, “El
Matador”...
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