sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Capítulo 1 - A Mão Misteriosa no Ônibus

Por Guilherme Moura

            


Sandrinha morava sozinha não por opção, aprendera a gostar da solteirice pela dor do amor. A final, fora casada com Paulo Sérgio por 10 anos.
            No início eram felizes, se conheceram ainda na adolescência, namoraram por 6 anos antes de morarem juntos.
            Durou até Paulo Sérgio a trair com sua melhor amiga, Ana Julia. Foi o motivo que a levou a odiar relacionamentos.
            Desde então, decidiu ficar sozinha por tempo indeterminado, abdicou-se vários pretendentes. Sempre era convidada, principalmente, por colegas do trabalho para sair.
            Andava sempre sozinha, talvez pela sua timidez ou como uma defesa contra homens aproveitadores. Tinha medo de um novo “romance”, de se entregar à um homem e não ser correspondida.
            Numa quarta-feira, amanhecera outra mulher. Não se sabe ao certo o que a motivou, o que a inspirou uma mudança, uma transformação.
            Colocou um vestido preto decotado, justo, que moldava seu corpo, salientando as curvas do pecado, botas longas pretas torneando a panturrilha construída com muita malhação. Subiam até perto do joelho, onde encontravam as grossas coxas afrodisíacas. Na mão, além de um anel, carregava a sua pequena bolsa.
            Ao sair de casa sentira os olhares voluptuosos dos homens percorrer seu corpo e claro, mulheres a fitava também. Estava gostando, se sentindo mulher novamente, havia alguns anos que não se vestia como uma “caçadora”, como um animal que passa o dia todo em busca sua presa.
            Não queria todo esse assédio, apenas ser notada, mostrar que ali, havia uma mulher.
            Sandrinha não possuía automóvel, para o trabalho, pegava ônibus próximo à sua casa, às vezes tomava um táxi e mesmo no auge dos seus 30 anos, não gostava de carro. Embora aceitasse caronas de amigos.
            Era uma mulher bonita, moderna, atualizada e preocupada com o meio ambiente, queria um mundo sustentável, ambientalmente correto, por isso utilizava o transporte público. Procurava, através de seu exemplo, incentivar amigos e colegas a utilizar o tal transporte.
            Ao entrar no ônibus, deparou-se com o mesmo cheio, lotado, mal conseguia andar, até uma sardinha enlatada tem mais espaço, pensou. E com passos estreitos, pedindo passagem, educadamente conseguiu chegar à algum lugar onde, ao menos, podia se firmar.
            Porém, naquele dia ensolarado, quase sem nevem, com pouco vento, o ônibus parou no sinal. E quando tudo parecia normal, Sandrinha sentiu uma mão.
            Uma mão grande sobre seu pescoço posou. Dedos grossos e compridos grudaram firmemente em seu pescoço. Desceu, deslizando devagar, contornando suas costas, como um surfista descendo a melhor onda, curtindo o momento. A mão só parou quando encontrou sua bunda.





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