Sandrinha
morava sozinha não por opção, aprendera a gostar da solteirice pela dor do
amor. A final, fora casada com Paulo Sérgio por 10 anos.
No início eram felizes, se
conheceram ainda na adolescência, namoraram por 6 anos antes de morarem juntos.
Durou até Paulo Sérgio a trair com
sua melhor amiga, Ana Julia. Foi o motivo que a levou a odiar relacionamentos.
Desde então, decidiu ficar sozinha
por tempo indeterminado, abdicou-se vários pretendentes. Sempre era convidada,
principalmente, por colegas do trabalho para sair.
Andava sempre sozinha, talvez pela
sua timidez ou como uma defesa contra homens aproveitadores. Tinha medo de um
novo “romance”, de se entregar à um homem e não ser correspondida.
Numa quarta-feira, amanhecera outra
mulher. Não se sabe ao certo o que a motivou, o que a inspirou uma mudança, uma
transformação.
Colocou um vestido preto decotado,
justo, que moldava seu corpo, salientando as curvas do pecado, botas longas
pretas torneando a panturrilha construída com muita malhação. Subiam até perto
do joelho, onde encontravam as grossas coxas afrodisíacas. Na mão, além de um
anel, carregava a sua pequena bolsa.
Ao sair de casa sentira os olhares
voluptuosos dos homens percorrer seu corpo e claro, mulheres a fitava também. Estava
gostando, se sentindo mulher novamente, havia alguns anos que não se vestia
como uma “caçadora”, como um animal que passa o dia todo em busca sua presa.
Não
queria todo esse assédio, apenas ser notada, mostrar que ali, havia uma mulher.
Sandrinha não possuía automóvel,
para o trabalho, pegava ônibus próximo à sua casa, às vezes tomava um táxi e
mesmo no auge dos seus 30 anos, não gostava de carro. Embora aceitasse caronas
de amigos.
Era uma mulher bonita, moderna,
atualizada e preocupada com o meio ambiente, queria um mundo sustentável,
ambientalmente correto, por isso utilizava o transporte público. Procurava,
através de seu exemplo, incentivar amigos e colegas a utilizar o tal transporte.
Ao entrar no ônibus, deparou-se com
o mesmo cheio, lotado, mal conseguia andar, até uma sardinha enlatada tem mais
espaço, pensou. E com passos estreitos, pedindo passagem, educadamente
conseguiu chegar à algum lugar onde, ao menos, podia se firmar.
Porém, naquele dia ensolarado, quase
sem nevem, com pouco vento, o ônibus parou no sinal. E quando tudo parecia
normal, Sandrinha sentiu uma mão.
Uma mão grande sobre seu pescoço
posou. Dedos grossos e compridos grudaram firmemente em seu pescoço. Desceu,
deslizando devagar, contornando suas costas, como um surfista descendo a melhor
onda, curtindo o momento. A mão só parou quando encontrou sua bunda.
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