sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Capítulo 2 - A Mão Misteriosa no ônibus






Nunca tinha sido pegada daquele jeito! Muito menos, tocada dessa forma e em público.

            A mão grande e quente que acabara de pegar sua bunda, não só a tocou, como apalpou-a deliciosamente devagar e ao mesmo tempo com tenacidade.
            Uma gota de suor começou a escorrer pelo rosto, as pernas enfraqueceram, os braços amoleceram e a garganta perdeu o timbre. Nesse momento, a mulher mais rouca que existe seria um tenor!
            Sandrinha que a tempos, para não dizer alguns anos, estava em um estágio clérigo de ausência carnal. Mas quando sentira aquela mão, que parecia um Boeing posando em um aeroporto, deu um pequeno e singelo suspiro – ah!
            Não sabia o que fazer. Em estado de choque, queria gritar, queria sair correndo, descer ali mesmo, queria olhar pra trás e ver o filho da puta que fez isso! Mas não olhou.
            Gostara daquilo. Nunca sentira uma mão grande percorrendo seu corpo. O arrepio dos pés subiu, percorrendo sua espinha dorsal onde só parou nos pensamentos voluptuosos, que por sinal, estavam longe dali.
            Já esteve com vários homens, com vários namorados e vários ficantes, mas nunca alguém havia lhe passado a mão daquela forma. Uma pegada de “arrepiar”, estava longe. Não sabia o que era certo e o que era errado. Queria saber o dono dessa poderosa mão.
            Mas ao mesmo tempo não queria saber quem era o dono desta “mão” tão temida e adorada. Ter um estranho a fez sentir tesão. O desconhecido a fez ficar transtornada.
            Por um segundo pensou - estou com fome, com fome de homem de verdade! Não desses metrossexuais que passam “cremizinhos” na “carinha lisa” de filhinhos da mamãe e ainda se acham machos...
            Foi aí que sentiu mais uma pegada. Voltou à realidade.
            O medo surgiu novamente. Será que é um aproveitador, um bandido safado que quer me assaltar. Ou um homem macho, primitivo, selvagem que quer um caso. Apenas um caso, rápido, sem mais delongas...
            Que isso Sandra, pensou ela. Não consegues raciocinar? Tens que decidir de que lado está. Ou ele é um aproveitador ou um macho avulso a fim de brincar.
            Tá certo! Tenho que me decidir! Vou olhar! Que se dane!!!
            Sentira uma segunda mão... 

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