terça-feira, 5 de março de 2013

Morre o Amigo do Brasil




Por Guilherme Moura

Por muitas vezes, Hugo Chavez foi intitulado como sucessor de Fidel Castro. A mídia o adjetivou assim como sendo uma ofensa, tentando menosprezá-lo.

O mundo ouviu falar do tenente-coronel Chávez pela primeira vez em 4 de fevereiro de 1992, quando liderou um golpe fracassado contra o governo de Carlos Andrés Pérez. Para os jornalistas de fora, soou como uma quartelada latino-americana como qualquer outra, mas tanto o líder como as condições de seu país eram muito peculiares.

Chavez tentou assumir o poder para combater a corrupção dentro do exército venezuelano e também conter a corrupção em seu país, que dito por muitos, é um dos países mais corruptos da América Latina.

Em 2000 foi vítima de um sequestro relâmpago, ficou dois dias trancado em uma casa no interior de Caracas. O empresário petroquímico Pedro Carmona, presidente da federação das indústrias, agiu como ditador com apoio da mídia, de Washington e do FMI, revogou a Constituição, anunciou a ruptura com Cuba e a Opep e anunciou a privatização do petróleo.

Pedro Carmona quase foi linchado em praça pública pela população. O erro da velha elite fortaleceu Chavez, que desde 2000, tornou-se um dos maiores líderes da América Latina.

Seu principal legado foi o combate a pobreza e distribuição de renda. Reforçou acordos comerciais com Cuba, Bolívia, Peru e Brasil. Chavez queria uma Venezuela voltada integralmente para a América Latina e de costas aos Estados Unidos.

Estava conseguindo fazer boa parte de seu objetivo, ano passado a Venezuela teve um crescimento de 6% do PIB em 2012.  O que mais incomoda a velha elite é o alto índice de popularidade de Chavez e assim como na Argentina há o Peronismo sem Perón, haverá “Chavismo” sem Chavez.

A presidente Dilma Rousseff se manifestou: “Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente Chávez, mas hoje nós, como sempre, reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil”, disse. “Deixará no coração, na história e nas lutas da América Latina um vazio. Lamento, como presidente da República, e como uma pessoa que tinha por ele um grande carinho”.

O que tenho a dizer...o Brasil perdeu um amigo e a Venezuela um líder!!!

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