segunda-feira, 17 de março de 2014

Um balanço rápido de 21 anos de sombras e porões


Nestes estranhos tempos em que algumas pessoas parecem ter sido acometidas de amnésia e outras, mais jovens, pelo jeito não leram nada sobre a história recente do país, é bom lembrar, em um pequeno resumo, o que significaram 21 anos de ditadura, a poucos dias dos 50 anos do golpe (pelo licença ao Luiz Cláudio e ao Juremir para reproduzir aqui os dados que eles divulgaram):

- 500 mil cidadãos investigados pelos órgãos de segurança

- 200 mil detidos por suspeita de subversão

- 50 mil presos só entre março e agosto de 1964

- 11 mil acusados nos inquéritos das Auditorias Militares, 5 mil deles condenados, 1.792 dos quais por “crimes políticos”
-10 mil torturados nos porões do Doi/Codi

- 6 mil apelações ao Superior Tribunal Militar, que manteve 2 mil condenações

- 10 mil brasileiros exilados

- 4.862 mandatos cassados

- 1.148 funcionários públicos aposentados ou demitidos

- 1.312 militares reformados

- 1.202 sindicatos sob intervenção

- 245 estudantes expulsos das universidades pelo Decreto 477 que proibia associação e manifestação

- 128 brasileiros e dois estrangeiros banidos

- Quatro condenados à morte (sentenças depois comutadas para prisão perpétua)

- 707 processos políticos instaurados na Justiça Militar

- 49 juízes expurgados

- Três ministros do Supremo afastados

- Congresso Nacional fechado por três vezes

- Sete assembleias estaduais postas em recesso

- Censura prévia à imprensa, à cultura e às artes

- 400 mortos pela repressão, 144 deles desaparecidos até hoje

Daria para incluir mais centenas de famílias devastadas, pessoas que nunca mais se recuperaram das sequelas, pais e filhos que vivem atormentados até hoje, gente que não sabe mais o que é um sono tranquilo.

Pois é, apesar de tudo, alguns (felizmente, minoria, barulhenta, mas minoria) pensam em reeditar passeatas de uma certa época em que democracia incomodava.

(Pesquisa do jornalista Luiz Cláudio Cunha, um profundo conhecedor do período, reproduzida no blog de Juremir Machado da Silva, no Correio)

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