quarta-feira, 10 de junho de 2015

Pintores Negros contribuição negra à arte brasileira

Quando se fala na contribuição que os negros deram à civilização e à cultura brasileira, dificilmente se pensa de imediato em artes plásticas. Em geral, o que vem à lembrança é a música, em primeiro lugar, e fenômenos a ela relacionados, como os desfiles de escola de samba, o carnaval e outras manifestações.

por Negro Jorgen no Mamapress

Depois disso, talvez se mencionem obras arquitetônicas e esculturais do Brasil Colônia e, mais recentemente, talvez se fale em literatura, por se levarem em conta as origens negras ou mestiças de escritores como Machado de Assis ou Mário de Andrade. No entanto, não são tão poucos os brasileiros negros que se dedicaram à pintura, nem é pequeno o valor artístico de sua produção pictórica.

Estevão Silva (1845-1891)


Foi o primeiro pintor negro a se formar na Academia Imperial de Belas Artes e pode ser considerado um dos melhores pintores de natureza morta do século 19. Realizou igualmente pinturas históricas, religiosas, retratos e alegorias. A crítica ressalta a qualidade das composições do artista, realizadas com prodigalidade de vermelhos, amarelos e verdes.

Iniciou seus estudos na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde foi contemporâneo dos pintores Almeida Júnior, Rodolfo Amoedo, Belmiro de Almeida, Antônio Firmino Monteiro e do escultor Rodolfo Bernardelli. Foi muito influenciado por Agostinho José da Mota, destacado pintor de naturezas-mortas, com quem teve aulas na Academia. Especializou-se na pintura de frutos e flores, que constitui parte substancial de sua obra.

Na década de 1880, liga-se ao Grupo Grimm, identificando-se com a proposta inovadora de seus membros à época: o estudo da natureza através da observação direta e a pintura ao ar livre. Não chegou, entretanto, a romper com os padrões estéticos da Academia. Além de naturezas-mortas, executou alguns retratos (como o do pintor Castagneto) e pinturas de temas históricos (A Lei de 28 de setembro), religiosos (São Pedro) e alegóricos (A Caridade), entre outros.






Firmino Monteiro (1855 – 1888)


Nasceu em Niterói, Rio de Janeiro e teve infância atribulada. Exerceu várias profissões: encadernador, caixeiro e tipógrafo. Cursou a Academia Imperial de Belas Artes, onde foi aluno de Victor Meireles. Sua reputação se deve à pintura histórica e de gênero, mas executou pintura religiosa e principalmente paisagens.

Menino pobre, cedo teve de trabalhar como caixeiro, encadernador e tipógrafo. Assim seus estudos de arte tiveram um início tardio. Estudou na Academia Imperial, onde teve como mestres Vítor Meireles, Agostinho José da Mota, Pádua e Castro e Zeferino da Costa.

Pintava principalmente paisagens e cenas pitorescas do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX. Uma de suas poucas viagens ocorreu em abril de 1880, quando foi à Europa com a ajuda do Imperador Pedro II. Voltou pouco depois para concorrer à cadeira de Paisagem, Flores e Animais da Academia, mas classificou-se em segundo lugar, perdendo para Leôncio Vieira.

Participava do meio artístico da época, tendo se apresentado nas Exposições Gerais de Belas Artes dos anos de 1879 e 1884. Recebeu, na primeira, uma Segunda Medalha de Ouro e, na seguinte, a comenda de Cavaleiro da Ordem da Rosa, por uma participação que incluía O Vidigal, Um vendedor de balas e jornais, Fósforos!, Camões no seu leito de morte e várias paisagens.






Wilson Tibério (1923-2005)



Nasceu no Rio Grande do Sul e viveu durante longo período em Paris. O distanciamento do país, segundo Emanoel Araujo, o teria levado a pintar repetidamente motivos afro-brasileiros. O artista esteve no Senegal, de onde foi expulso por se envolver num movimento revolucionário. Faleceu na França.





Para maiores informações acesse: Geledes

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